terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ratos Humanos

(Por Luciana Magalhães)

Nasce o dia e o sol cuida para que o seu brilho não ofusque os olhos dos desesperados e não corroa o estômago dos que tem fome.
Humanos assim como ratos, devoram sobras como num desfrute a sobrevivência, um mau saboroso e urgente para os que só conhecem o banquete dos lixos...
Se jogam ao relento e rastejam como animais irracionais que não são, e emprenhando-se com seus filhotes perambulam pelo imundo chão
A liberdade em cárcere privado, onde testemunhas sufocam a dor, fazem parte deste quadro, que sem escolha, escolhem o horror...
De vocabulário ausente, a palavra futuro tornou-se inexistente
E sobre a lei das ruas , as palavras que ainda vivem são sobreviventes
A vida ao relento, não é o que podemos chamar de vida, é o que chamamos de morte
Entre ratos e baratas, ela não é quente, exceto pelo calor que castiga o corpo
E também não é fria, exceto pelas tempestades de chuva e vento
Ela é o nada, que se esconde no barulho da correria
Ou a sobrevivência do dia, que atravessa os olhos da sorte.

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