quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"Sou composta por urgências:
minhas alegrias são intensas;
minhas tristezas, absolutas.
Entupo-me de ausências,
Esvazio-me de excessos.
Eu não caibo no estreito,
eu só vivo nos extremos."
(Clarice Lispector)

*Imagem: Por Ani Chan

30 de Janeiro - Dia da Saudade


 Dedico esta poesia a todas as pessoas que de alguma forma já vivenciaram esta mistura de sentimentos.  

              “(...) mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor...”    (Wikipédia -A enciclopédia livre)                                                                                                        


Quanta saudade!
(Luciana Magalhães)

Da saudade gostosa que senti um dia ...
Não daquela que ainda sinto
Uma que dói no peito
Que liberta meus receios

Mas daquela que me afaga
Tão suave me invade
A que me faz reviver ...
Renascer de dentro pra fora
Aquela que vem e vai embora...

A Saudade vital não morre
Ela se recolhe
Faz moradia dentro de mim
Sobrevive dias assim

Palavra de sentimento indecifrável
Traduz a minha vida em muitas perdas
Vivo a distância de trás para frente
Do avesso de todo jeito
Do amargo de todo gosto

Um conforto é o teu sorriso
Guardado no meu coração
Minha memória não consegue te esquecer
Esquecer pra que?
Nossa história não vai se perder...

Meu coração suave, já não arde tão mais forte
O calor que apagaram do meu peito, hoje aceso é capaz de abrandar a morte
Vivo um dia de cada vez , os minutos me empurram para frente
Cada lembrança dura a nossa vida inteira
assim como deve ser a saudade...................um dissipar na eternidade.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Maior Tragédia de Nossas Vidas


(Crônica postada pelo escritor Fabrício Carpinejar)

Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça.
 
A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta.
 
Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa.
 
A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013.
 
As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada.
 
Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa.
 
Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio.
 
Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda.
 
Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência.

Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa.
 
Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram.
 
Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo?
 
O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista.
 
A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.

Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.

Mais de duzentos e quarenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.

Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal.
 
As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso.
 
Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.

As palavras perderam o sentido.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O texto "O tempo que nós não enxergamos" , postada hoje aqui, infelizmente foi inspirada na tragédia ocorrida com tantos jovens em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Neste momento muitos corações estão chorando...Que Deus dê força a tantas famílias.
Reclamamos tanto da falta de tempo, vivemos dias cada vez mais apressados, uma correria que nos acompanha nas ruas, no trabalho, nas escolas, em casa com a família, com os amigos ....
E de repente em um segundo podemos estar chorando por alguém que se foi... Decididamente o "material" faz parte da vida, mas cada vez mais precisamos encontrar tempo para viver os sentimentos. E todo dia lembrar que ainda dá tempo de fazer um carinho, de matar a saudade, de um longo abraço!
Sintam-se todos abraçados, família, amigos, pessoas queridas, meus leitores, pais, irmãos, filhos e marido. Eu amo todos vocês!

O Tempo que nós não enxergamos

(De Luciana Magalhães)

Sempre há tempo...
De lembrar de alguém
De olhar para o lado
De dar um bom dia, ou abraço apertado

Dá para dizer eu te amo e também te quero bem
um beijo colado, sorriso arrancado
um minuto estendido, segredos no pé do ouvido

Um encontro de improviso
Telefonema querido
Rever sem pressa
Um parente ou amigo

O tempo não passa corrido
nós é que vivemos atrás dele
Se paramos um minuto de correr
lembraremos o que esquecemos de viver

Um perdão adiado
Uma declaração de amor
Um pedido de desculpas
Saudade antiga, amizade colorida
Um cumprimento, uma saudade...

Nunca é tarde ou cedo
Longe ou perto
Que não sobre tempo
Para uma gentileza, certa proeza
Elogios sem jeito, carinhos do peito.
De amar sem medidas, se doar sem condições.

Ainda dá tempo!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

11 DE JANEIRO – DIA INTERNACIONAL DO OBRIGADO



Palavra ,que infelizmente, hoje em dia, é pouco utilizada no vocabulário brasileiro.
Sobra FUTILIDADE e falta GENTILEZA!

OBRIGADA Senhor,

Pela família, filhos, pais, irmãos e amigos...
Por me guiar em mais um dia, ao longo de tantos anos e de tantas bençãos
Pela saúde, que é minha maior riqueza
Pela paz, que me transmite equilíbrio
Pela família, que é a base de tudo em minha vida
Principalmente pelos filhos, que são a minha alegria de viver
Pelos pais maravilhosos a quem eu fui confiada
Pelo marido maravilhoso, excelente pai, amigo, companheiro de vida e amor
Pelos meus irmãos, que constituíram comigo esta jornada chamada família
Pelos amigos, que também fazem parte da minha história, de momentos em que já chorei e já sorri
Obrigada Senhor pela humildade de não me tornar uma escrava do orgulho
Pela serenidade que me ajuda a jogar fora diariamente os sentimentos ruins
E pela confiança que me orienta a lutar pelos bons !
Obrigada pelos bens materiais, mas principalmente por me fazer compreender
que eles devem ser apenas instrumentos, jamais um objetivo final.