"Sem mudança o progresso é impossível, e quem não pode mudar sua mente não pode mudar nada."
George Bernard Shaw
Escrevendo eu sou capaz de expressar sentimentos e de dar asas a eles... E voarão tão longe e ainda mais alto do que o som da minha voz.
segunda-feira, 20 de maio de 2013
O Plebeu e a Margarida
Eu faço flores de seus versos, seus amores.
Eu trago a chuva para inundar a sua seca
Planto sementes em seu jardim de folhas secas
Faço guarita, mas não sou um parasita.
Sou um pequeno sonhador apaixonado
Mais que um amigo, tento tê-la em meus braços
Seu universo cabe dentro dos meus versos
E seus sentimentos podem ser os meus amigos
Traço seus olhos em uma folha transparente
Tão límpida quanto às águas correntes
Neste oceano de flores molhadas
Nadam meus sonhos de conquistar-te minha amada
A seca que transpira a sua ausência
Não mais me deixa contemplar sua presença
Mas eu já não preciso mais da chuva minha linda
No coração eu posso tê-la sem medidas
Nossas sementes crescem além das plantações
O solo é fértil e frutifica além da vida
Floresce a lenda entre as pessoas que nele habitam
A história de amor entre um e a margarida
(Luciana Magalhães)
terça-feira, 14 de maio de 2013
As máquinas invadem o planeta
Incertezas transformam-se em convicções
A mente humana constrói nova tecnologia
A natureza padece no esquecimento
Em que lugar eles vão instalar os nossos sentimentos?
Talvez em uma tela digital, com animação 3D e sensor que te diz como fazer
Ah...quanta saudade de quando ainda construíamos nossas ideias (Por Luciana Magalhães)
Incertezas transformam-se em convicções
A mente humana constrói nova tecnologia
A natureza padece no esquecimento
Em que lugar eles vão instalar os nossos sentimentos?
Talvez em uma tela digital, com animação 3D e sensor que te diz como fazer
Ah...quanta saudade de quando ainda construíamos nossas ideias (Por Luciana Magalhães)
Cama de asfalto
(por Luciana Magalhães)
Berço de chão, cama de asfalto.
Um Rio sem teto
Assim é o meu castelo, um universo paralelo
Existe um vácuo entre o silêncio e o barulho
Um invisível no universo dos abandonados
Um sono ameaçado, uma ausência de resguardo.
O medo é fugaz
Esconde-se nos buracos do descaso
Nos viadutos intermináveis da fome e do frio.
A chuva que encharca a pele
O sol que arde a vista
O chão que parece ficar mais duro
O corpo se flagela, suga a sujeira das ruas
Transpira o mau cheiro da gente
Nada que a água não limpe
Nada que o calor não seque
Vida marginal e real
Que circula entre o bem e o mau
De noites frias e dias quentes
Manhãs ensolaradas de fartura e graça
Um olhar opaco diante do sol, que só enxerga o brilho do escuro.
Outro assim enigmático, pelas drogas e ondas do rádio.
Festa com tiros, que não são de artifício.
E aplausos para uma sociedade que não fazemos parte
Íntimos da clausura, vagantes da noite escura...
Ventres à espera de um milagre, barrigas que gritam de fome!
Desamparados pela sociedade, outrora abandonados ao relento da cidade.
Não somos o seio da família no aconchego de um lar
Um sobressalto a luz do dia, em meio à multidão.
E pequenos já enfeitam o mapa, o trânsito, são órfãos da situação
Amor que contrasta com Dor
Carro desgovernado, com o farol apagado, perdido e sem rumo...
Berço de chão, cama de asfalto.
Um Rio sem teto
Assim é o meu castelo, um universo paralelo
Existe um vácuo entre o silêncio e o barulho
Um invisível no universo dos abandonados
Um sono ameaçado, uma ausência de resguardo.
O medo é fugaz
Esconde-se nos buracos do descaso
Nos viadutos intermináveis da fome e do frio.
A chuva que encharca a pele
O sol que arde a vista
O chão que parece ficar mais duro
O corpo se flagela, suga a sujeira das ruas
Transpira o mau cheiro da gente
Nada que a água não limpe
Nada que o calor não seque
Vida marginal e real
Que circula entre o bem e o mau
De noites frias e dias quentes
Manhãs ensolaradas de fartura e graça
Um olhar opaco diante do sol, que só enxerga o brilho do escuro.
Outro assim enigmático, pelas drogas e ondas do rádio.
Festa com tiros, que não são de artifício.
E aplausos para uma sociedade que não fazemos parte
Íntimos da clausura, vagantes da noite escura...
Ventres à espera de um milagre, barrigas que gritam de fome!
Desamparados pela sociedade, outrora abandonados ao relento da cidade.
Não somos o seio da família no aconchego de um lar
Um sobressalto a luz do dia, em meio à multidão.
E pequenos já enfeitam o mapa, o trânsito, são órfãos da situação
Amor que contrasta com Dor
Carro desgovernado, com o farol apagado, perdido e sem rumo...
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Cegueira Humana
(Por Luciana Magalhães)
A
Violência, seja
ela contra a mulher, o idoso ou a criança, seja ela doméstica,
sexual ou urbana, seja por preconceito ou conflitos
étnicos-religiosos, por impulsividade em um momento de briga ou por
revolta no sistema, certamente irá nos tirar algo de bom, nos
privará de criar nossos filhos e vê-los crescer em paz, de viver em
um mundo tranquilo, de nos tornar seres humanos melhores.
O
individualismo cega o coração e faz com que nossos olhos só
enxerguem através do espelho. Ainda que saibamos que o nosso código
penal está falido e que o sistema de leis no Brasil é deficiente,
não podemos aceitar ações em que, em nome da morte de um marginal,
seja ele um moleque de rua, ou o chefe perigoso de uma quadrilha de
traficantes, pode-se atirar a esmo, aleatoriamente, com uma
metralhadora que utiliza munição de guerra e dispara vários
projéteis por segundo, feito “Rambo”, sob dezenas de
residências, a uma altura de 20 metros, assumindo assim o risco
iminente de ferir, e até mesmo matar, DEZENAS de inocentes. Se é
que isso não ocorreu, uma vez que grande parte do que acontece nos
morros não chega ao nosso conhecimento.
Provavelmente
já escutamos de tudo: “o código penal não funciona, a operação
na favela é diferente do asfalto, o marginal é cruel, invade casas,
atira em vizinhos, bandido bom é bandido morto, os tiros foram
conscientes, inocente não tem direitos humanos mas o bandido tem, na
favela tem que ser assim...” e etc. Um discurso pautado na
violência.
Mas
nós, todos nós que zelamos pela paz, que somos abençoados com uma
vida digna junto de nossos familiares e entes queridos precisamos da
sensatez, de reflexão a cerca do que desejamos para os próximos
anos.
A
cada novo dia assistimos a cenas de violência gratuita; são
assassinatos, brigas, discussões, e ainda por motivo “banal”.
Não podemos fazer apologia a violência, às armas como objetos de
proteção, afinal uma arma na mãos de um cidadão comum não
protege ninguém, só gera mais violência.
Devemos
sempre considerar os “se”(se atingisse, se matasse...), pois
estamos falando de vidas, e neste caso da operação do helicóptero,
estamos sujeitos a realidades como a morte de um pai, mãe ou ente
querido. Imagina uma chuva de tiros de metralhadora em cima de nossas
casas? Será que pensaríamos ter valido a pena perder quem mais
amamos pela morte do tal bandido?
O
ser humano está tão cego pela violência, que chega a acreditar
que atirar centenas de disparos contra vários inocentes, é uma
atitude normal, contanto que você mate um criminoso em potencial.
Como assim??? Precisa disso para que a polícia seja valorizada?
Precisa disso para que as pessoas reivindiquem na internet alguma
coisa? Que sistema é esse? Que justiça é essa? Que operação bem
sucedida foi essa? Que ação consciente já começa respingando a
violência em tantos inocentes?
Os
fins não justificam os meios. Não é porque o bandido da favela
invade casas, sai matando vizinhos e crianças gratuitamente, obriga
as meninas bonitas do morro a se relacionarem com eles, são cruéis
e torpes, que NÓS, faremos igual. Afinal nos morros existem pessoas
de bem, trabalhadores honestos que saem de casa cedo todos os dias
para trabalhar e tentar dar uma vida mais digna para seus filhos;
pessoas essas que poderiam ter suas vidas interrompidas naquela noite
por uma bala vinda do alto!
De
forma alguma estamos defendo os bandidos, mas sim criticando os meios
como aquela polícia decidiu resolver aquele “problema”!
De
certa forma dá para entender a indignação da população menos
favorecida, que está cansada de tanta impunidade do sistema, dos
esquecidos pela sociedade, que sentem mesmo o alívio pelo bandido
morto, “seria menos um” para lhes causar mais dor. O que não dá
para entender é o cidadão que não mora no morro, que assiste a
tudo isso somente pela TV, que muitas vezes tem uma boa formação,
tem sua família e vidinha estruturadas, mas ao invés de fazer
alguma coisa para tentar tornar o mundo um pouco mais digno, ele vai
na contramão do bom senso e resolve usar o seu tempo postando textos
e imagens tendenciosos, depreciativos e de apologia a violência,
sobre personalidades, que assim como eu, criticaram esta operação,
classificada como irresponsável e desproporcional inclusive pela
própria polícia Civil. Atitudes que certamente em nada contribuem
para combater a violência em nosso País, ao contrário, acirram
ainda mais os ânimos, principalmente daqueles que preferem dar VOZ a
violência.
E
ao contrário do que muitos pensam e está sendo dito nas redes
sociais, segundo consta em vídeo do plenário, postado no youtube, a denúncia e o material foram entregues oficialmente no gabinete do deputado Marcelo Freixo, pela própria polícia civil.
Uma
pergunta: O que as tantas pessoas que só fazem reclamar do sistema,
dos políticos, do governo e etc. efetivamente fazem no seu dia a dia
para combater um pouco disso tudo?
Sim,
porque não conseguiremos mudar o sistema, se ficarmos assistindo e
reclamando de tudo de longe, ou pela internet; devemos
ao
menos
começar
a exercer a nossa civilidade, o nosso papel de cidadão, dando
educação para nossos filhos, ensinando sobre gratidão, respeito
pelo próximo, paciência, perdão, a não cultivar mágoas, não
mentir, ceder a vez, ser gentil, educado, não sujar as ruas, não
agredir, não roubar, não denegrir a imagem do outro, não enganar,
passar a perna no outro, não usar de violência verbal ou física
... enfim, tudo começa por aí. Mas certamente, muitos pensam que
ser mau educado, xingar, dar um soco ou tiro, é mais fácil!
Dá
trabalho ter civilidade, ninguém disse que é fácil, mas este deve
ser um exercício contínuo na vida de todo cidadão. E para que os
aplausos a esta ação não ganhem cada vez mais ECO e tornem nossas
vidas ainda mais violentas, podemos refletir que das centenas de
tiros vindos do céu naquela noite, a uma altura de pelo menos 20
metros, sobre casas e prédios, apenas um, poderia ter sido com o
nosso filho.
Vamos
levantar a bandeira da paz urgente!!!!!
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